Lenora de Barros

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Lenora de Barros
Nascimento 6 de novembro de 1953 (70 anos)
São Paulo
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação poetisa, escritora, artista visual

Lenora de Barros (São Paulo, 1953)[1] é uma artista visual e poeta brasileira. Em 1970 formou-se em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e começou a interessar-se pelas interseções entre a prática poética e a arte visual.[2] Utiliza em suas obras recursos diversos, como o vídeo, a fotografia e a instalação. Tem seu trabalho no acervo de coleções particulares e públicas, como no Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, na Espanha, Daros-Latinamerica, Suíça, Museu de Arte Moderna de São Paulo e Rio de Janeiro.[3]

Na exposição Manobras Radicais (2006), com curadoria de Heloisa Buarque de Hollanda e Paulo Herkenhoff, a artista expõe dois trabalhos: Poema (1979) e Poesia é coisa de nada (s.d.). Herkenhoff afirma “em uma pura ação da libido, Lenora de Barros expõe a carne da linguagem e, portanto, sua demanda erótica.” [4]

Trajetória[editar | editar código-fonte]

Desde o começo, seu trabalho é influenciado pelo concretismo, tanto pelo fato de ser filha do artista Geraldo de Barros, como pelo seu interesse particular na poesia concreta, principalmente do grupo Noigrandes.[5]

Décadas de 1970 e 1980[editar | editar código-fonte]

Formada em 1970, participa em 1975 da edição da revista Poesia em greve, publicação sobre arte experimental e poesia visual.[2] Entre os anos 1986 e 1989, trabalha respectivamente como assistente editorial e como editora de arte na Folha de S.Paulo.[2]

No ano de 1983, Lenora parcitipa da 17ª Bienal Internacional de São Paulo, em uma seção de videotexto, onde expõe seus poemas visuais. Ainda no mesmo ano, a artista publica o livro Onde Se vê.[5]

Década de 1990[editar | editar código-fonte]

Em 1990 a artista se muda para Milão, onde residirá até 1991. Durante esse período, realiza a sua primeira exposição individual, Poesia é Coisa de Nada na Galeria Mercato del Sale, e participa como curadora na exposição Poesia Concreta in Brasile no Archivo della Grazia di Nuova Scrittura.[5]

Ao retornar ao Brasil, colabora com o Jornal da Tarde através da coluna semanal "Umas" onde experimenta e dialoga com outros artistas, utilizando como meio a publicação de poemas visuais e foto-performances, entre os anos 1993 e 1995. Essa colaboração terminará funcionando como um laboratório pessoal para a própria artista.[2] Ademais, durante esses anos, Lenora irá atuar como diretora de arte da revista Placar e trabalhará novamente na Folha de S.Paulo, porém como editora de fotografia.[5]

Participa da 24ª Bienal Internacional de São Paulo em 1998.

Década de 2000 em diante[editar | editar código-fonte]

No ano 2000, Lenora ganha o Prêmio Multicultural do jornal O Estado de São Paulo e, no ano seguinte, realiza a sua primeira exposição individual no Brasil, intitulada O que que Há de Novo, de Novo, Pussyquete?. A exposição tem lugar na Galeria Millan, localizada em São Paulo.[5]

Em 2002, a artista recebe uma bolsa da Fundação Vitae. Nesse mesmo ano, é premiada na 1ª Mostra RioArte, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com a instalação sonora Deve Haver Nada a Ver.[5]

Entre 2002 e 2014 realiza diversas exposições individuais no Brasil, tais como: Procuro-me no Centro Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, (2002); Revídeo: Lenora de Barros no Oi Futuro, Rio de Janeiro (2010); Lenora de Barros: De stempos no espaço Laura Marsiaj Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, (2011); Umas e outras na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro, (2013-14).[2]

No ano 2003 realiza a exposição individual Ping-poems na Galeria da Fundação do Centro de Estudos Brasileiros em Buenos Aires, Argentina.[2] Em 2018 participa da exposição História de dois mundos no Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, Argentina, que contou com a participação de mais de 100 artistas da América Latina, da América do Norte e da Europa.[6]

Atualmente, Lenora de Barros continua ativa no campo artístico. Sua produção possui influências da arte concreta, da pop art, do movimento Fluxus, da arte conceptual e da body-art, explorando, sobre tudo, as interseções entre a comunicação visual e verbal.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Gaudêncio Fidelis (2005). Directions in the new space. Fundação Bienal do Mercosul. ISBN 978-85-99501-04-7.
  2. a b c d e f g «Lenora de Barros | Hammer Museum». hammer.ucla.edu (em inglês). Consultado em 24 de maio de 2020 
  3. «Lenora de Barros». Bolsa de Arte 
  4. Herkenhoff; Buarque de Hollanda, Paulo; Heloísa (2006). Manobras Radicais. São Paulo: Associação de Amigos do Centro Cultural Banco do Brasil. ISBN 85-98251-10-0 
  5. a b c d e f Cultural, Instituto Itaú. «Lenora de Barros». Enciclopédia Itaú Cultural. ISBN 978-85-7979-060-7. Consultado em 24 de maio de 2020 
  6. «A Tale of Two Worlds | Museo de Arte Moderno de Buenos Aires». www.museomoderno.org. Consultado em 24 de maio de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]